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O PROJETO

Objetivos

Pretende-se no presente projeto, tendo por base o modelo usado para o cálculo do FWI, desenvolver um modelo de previsão do risco de incêndio face à nova realidade climática tendo em consideração o comportamento do teor de humidade das espécies presentes na floresta Portuguesa a partir de medições do teor de humidade e de parâmetros meteorológicos realizadas em vários locais do território nacional e de ensaios laboratoriais.

As medições do teor de humidade realizadas em vários locais do território nacional (Lousã, Faro, Viseu e Viana do castelo) irão decorrer durante todo o projeto criando-se desta forma uma base de dados única de análise.

Contexto e desenvolvimento

Em Portugal, o ano de 2017 foi excecionalmente calamitoso em termos de incêndios florestais, com mais de 100 pessoas mortas, um elevado número de estruturas afetadas e uma área queimada de aproximadamente 500 000 ha. Esta catástrofe ocorreu na sequência de um longo período de elevadas temperaturas e de seca extrema. Este cenário já tinha sido verificado em Portugal em 2003, onde também ocorreu uma onda de calor significativa que atingiu a Europa.

No futuro breve, numa vasta área do território de Portugal, alguns dos riscos climáticos de maior prioridade e que necessitam de uma resposta urgente, prendem-se fundamentalmente com as secas e ondas de calor, as quais têm uma significativa implicação no aumento do risco e consequência dos incêndios florestais.

Desta forma, o presente projeto pretende contribuir para a investigação dos efeitos das alterações climáticas a nível nacional, nomeadamente no aumento do risco de incêndio florestal.

Um dos principais fatores que determina o risco de incêndio florestal é o teor de humidade dos combustíveis florestais dada a sua influência em praticamente todos os aspetos relacionados com os incêndios florestais, nomeadamente com o potencial, probabilidade e tempo de ignição de um combustível, com a ocorrência de incêndios, com a sua propagação, intensidade, extinção e consequências.

Assim, a avaliação do teor de humidade dos combustíveis florestais associada a eventos climáticos extremos revela-se crucial tanto para a caracterização dos eventos extremos como permitirá melhorar os sistemas de alerta e a caracterização da propagação do fogo nestas condições.

 

 

Em Portugal, o risco de incêndio dinâmico é dado através do Índice meteorológico de risco de incêndio (FWI) desenvolvido pelos Serviços Florestais Canadianos. Através da utilização deste índice é possível estimar um risco de incêndio a partir da simulação do teor de humidade dos diversos combustíveis presentes no solo florestal, sendo este determinado indiretamente através de observações meteorológicas.

Relativamente ao comportamento dos combustíveis finos e médios, serão determinados laboratorialmente, para diferentes espécies e diferentes condições ambientais, os parâmetros necessários à modelação do seu teor de humidade.

Estes parâmetros permitirão simular as condições futuras extremas de teor de humidade destes combustíveis e assim de risco de incêndio de acordo com os cenários climatológicos previstos para Portugal. O que conduzirá a um conhecimento mais profundo das relações entre o risco de incêndio, o teor de humidade e outros parâmetros característicos das espécies florestais e dos locais de medição.

Desta forma, será criada uma plataforma informática onde serão colocados, em tempo real, os resultados obtidos nas medições do teor de humidade nos vários locais de medição. Durante o período de projeto, esta plataforma será disponibilizada às entidades que intervém na gestão dos incêndios florestais das zonas em estudo.